O Now for the Long Term calcula que o caminho para a energia de matrizes renováveis, como o vento e o sol, demandará investimentos entre US$ 48 bilhões e US$ 80 bilhões por ano nas próximas duas décadas. Enquanto isso, hoje, os subsídios ao petróleo somam US$ 1,9 trilhão ao ano em todo o mundo, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Demanda por energia e uso de combustíveis fósseis crescerão até 50% em 2030
Os autores do relatório ainda criticam a falta de uma visão sistêmica dos formuladores de políticas públicas e de acadêmicos que “têm tratado água, energia e alimentos separadamente, com governança e pesquisas isoladas de forma inútil”. E completam dizendo que a ausência de uma coordenação entre políticas que impactem na energia, água, uso da terra, oceanos, serviços ecossistêmicos e biodiversidade é uma barreira à oferta segura desses recursos no futuro.
CLIMA
AQUECIMENTO GLOBAL, O TIRO NO PÉ
A falta de ações em relação à mudança climática está em quinto lugar na lista de dez tendências que devem ser olhadas de perto, segundo o Outlook on the Global Agenda 2014. E foi a mais apontada pela sua pesquisa de opinião como tema tratado com menos eficácia (27% dos respondentes a apontaram).
Segundo Christiana Figueres, secretária da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), que escreve no relatório, as medidas são urgentes. “Se não agirmos em tempo hábil e na escala que precisamos, o aquecimento global tem potencial para acabar com o progresso dos últimos 20 anos no desenvolvimento econômico e social e na proteção do meio ambiente”, alerta.
Com 2 graus a mais, até 30% das espécies de animais e plantas estariam em risco de extinção
Em janeiro, o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) divulgou mais informações sobre seu próximo e quinto relatório. Os 15 anos daqui em diante serão cruciais para evitar um desastre causado pelo aumento de temperaturas. Nesse período, são necessários grandes investimentos em reduções de emissões, em energias limpas (estimam-se US$ 147 bilhões por ano) e em soluções tecnológicas para tirar o excesso de gás carbônico do planeta.
As concentrações de CO2 na atmosfera hoje são 40% maiores do que na era pré-industrial. Adiar a mitigação até 2030 aumentará os desafios e reduzirá as opções, alerta o sumário do documento.
O IPCC adverte ainda que as emissões anuais de carbono devem ser reduzidas entre 40% e 70% até 2050 para que a temperatura na Terra suba no máximo 2 graus – o que para a ONU seria o teto que poderíamos suportar com menos prejuízos à vida no planeta.
Dados do Trend Compendium 2030 apontam, no entanto, que só as emissões vindas da queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural) aumentarão em até 16% anualmente.
No cenário mais otimista traçado pelo IPCC, a Terra ficará 1,7 grau mais quente até 2100. Mas, mesmo que reduzamos as emissões, os gases-estufa já estão em excesso na atmosfera e devem causar danos, como o aumento dos eventos extremos e no nível do mar.
Diante desse quadro, o Now for the Long Term propõe ações para a mitigação imediata. Uma delas seria o “intercâmbio e colaboração internacional”: incentivos de crédito e investimentos em infraestrutura de energia limpa para os países pobres e em desenvolvimento. A UNFCCC estima que, nos próximos 15 anos, esses países precisarão de até US$ 67 bilhões para medidas de adaptação
TECNOLOGIAS
DISSEMINAÇÃO DOS APARELHOS E DA INTERNET
Ao andar em uma grande cidade, é só olhar ao redor para ver como celulares estão presentes. É bem provável que você veja muitas pessoas – se não a maioria – conversando, enviando mensagens ou navegando na web pelos aparelhos. A disseminação das tecnologias e da internet em todo o mundo é uma das tendências com números que impressionam. E elas revolucionam cada vez mais a forma como conduzimos nossas vidas e como as sociedades são regidas.
Em 2020, estima-se em 4 bilhões o número de usuários da web, conectados em 31 bilhões de dispositivos. O desempenho de tecnologias também crescerá. A velocidade média da banda larga partirá do 1 megabyte por segundo que temos hoje para mais de 100 megabytes por segundo em 2030.
Em 2030, serão trocados pela web 50 trilhões de gigabytes de dados
Para os países pobres e em desenvolvimento, os ganhos com o acesso a aparelhos e à internet são essenciais para melhorar a situação econômica. Tanto que, segundo declaração do vice-secretário-geral da ONU, Jan Eliasson, em março de 2013, novas tecnologias da informação estão atingindo os países pobres mais rapidamente do que comida e banheiros. Um relatório da ONUindicou que hoje 6 bilhões de pessoas possuem celulares, enquanto apenas 4,5 bilhões têm acesso a instalações sanitárias adequadas.
O documento Trend Compendium 2030 destaca que a propagação das tecnologias relaciona-se intimamente com a renda financeira. “À medida que a economia mundial cresce e os países ficam mais ricos, a difusão de tecnologias se acelera. Essa difusão, por sua vez, provoca aumento de produtividade de um país, resultando em crescimento econômico mais forte”, diz um dos trechos. Segundo o relatório, os celulares influenciam até mesmo o crescimento do PIB nacional, pois é por meio dele que um cidadão acessa mais pessoas, informações e ganha facilidade nas atividades financeiras.
Hoje, 1% da população mundial acessa a internet apenas pelo celular. Em 20 anos, o índice saltará para 60%
O Now for the Long Term também sublinha que novas tecnologias oferecem potencial para aumentar as oportunidades de educação, melhorar drasticamente os resultados de saúde, promover a liberdade de expressão e da democracia.
Dos dez tópicos[4] do Outlook on the Global Agenda 2014, dois estão ligados às tecnologias, mas de modo mais cético: a intensificação das ameaças cibernéticas, como roubo de dados, e a forma como informações erradas ou boatos se espalham rapidamente pela web.”
[4] Os outros são: aumento das tensões sociais no Oriente Médio e Norte da África; aumento da desigualdade de renda; persistência do desemprego estrutural; inação em relação ao aquecimento global; diminuição de confiança em políticas econômicas; falta de valores na liderança; expansão da classe média na Ásia; e aumento da importância das megacidades
Secretaria Executiva da Rede Nacional Primeira Infância Ifan - Instituto da Infância
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As ilustrações foram feitas pelas crianças: Aruã e Lia de Abreu Santos e Pedro Maia Marcilio